Linguagem Neutra, como e por que usá-la?
Hoje é possível encontrar publicações contendo X, E ou @. E muitas pessoas não sabem o que significa ou qual o motivo de utilizá-las, e indo até mais longe, se é correto usá-las de acordo com a língua portuguesa.
Se seguirmos a ABNT – Associação Brasileira de Normas técnicas, o uso dessa aplicação não é correto. Mas se analisarmos o contexto de onde e o por quê de utilizá-las, esse sentido muda.
Vivemos em um ambiente diverso, onde devemos preservar e respeitar a identidade de gênero e orientação sexual de cada pessoa. Pensando nisso, empresas, associações e publicações realizadas de um modo geral, na internet, tem optado por usar uma linguagem neutra ou inclusiva.
Existem diferentes formas de usar essa comunicação e aqui nesse post abordaremos todas elas.
Uso do X ou @, como ficaria? Todxs, Tod@as.... Está correto? Depende.
A aplicação do X ou @ não permite a leitura por aplicativos para deficientes visuais, logo, estaríamos excluindo, mas não é uma linguagem inclusiva?
Por ser inclusiva, talvez não seja a mais apropriada.
Uso do E, como ficaria? Todes... Está correto? Depende...
Pela ABNT não, mas de ponto de vista inclusivo sim, é o mais indicado, tanto por englobar todes, como por facilitar a leitura para deficientes visuais.
Muitos canais de comunicação tem utilizado o E como linguagem inclusiva, a saber: Uol, Catraca Livre, Correio Brasiliense... etc. Várias empresas também tem adotado e isso faz bem por diversos motivos:
- Reduzir / eliminar preconceito no ambiente corporativo
- Demonstrar inclusão à equipe, independentemente de orientação ou gênero
- Sinalizar ao mercado e clientes que aquela empresa tem práticas de apoio à diversidade
Mas se eu quiser seguir a ABNT e mesmo assim optar por uma linguagem neutra, é possível? SIM
Isso vai exigir uma mudança de cultura nas empresas, com orientações via RH, marketing e gestão em geral, o apoio será fundamental para essa implementação.
Aqui vão algumas dicas de pequenas alterações que farão a diferença em toda a comunicação, não importa se corporativa, acadêmica ou pessoal:
1.Evite artigos e pronomes de gênero para substantivos uniformes
- “Os alunos apoiaram João a escrever a redação.”/ “O corpo discente apoiou João a escrever a redação.”
- “As testemunhas afirmaram ter presenciado o corrido.”/ “Testemunhas afirmaram ter presenciado o ocorrido.”
- “Eu encontrei o Alex no shopping.”/ “Eu encontrei Alex no shopping.”
2. Substitua adjetivos por alternativas neutras
- “Usamos elementos que podem ser substituídos.”
- “Usamos elementos que são substituíveis.”
3. Substitua sujeitos por “pessoas que”
- “Os chefes desenvolvem muito o paladar e olfato.”/ “Pessoas que cozinham desenvolvem muito o paladar e olfato.”
Agora você já sabe o que significa uma linguagem neutra e inclusiva, que tal coloca-la em prática nas suas publicações e levar essa sugestão para a sua empresa?
Sobre o autor:
Wilson Silva - Sócio da Pride Brasil e idealizador da C3 Estratégia & Marketing
Graduado em marketing, bacharel em ciências contábeis e é mestrando em gestão de negócios na FIA.
Gay, defensor da diversidade, da inclusão, e com uma vontade enorme de tornar o mundo mais igualitário e justo para todes!